data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha
Sem aulas presenciais, campus de Camobi se acostumou com o silêncio e o vazio
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) abriu uma brecha para o retorno das disciplinas práticas. De acordo com o reitor Paulo Afonso Burmann, após reunião nesta terça-feira, ficou definido que as turmas podem solicitar que aulas presenciais sejam realizadas, desde que seja comprovado o caráter de "excepcionalidade" no caso. Ou seja, quando faltar apenas uma disciplina - e ela envolver o ensino essencialmente prático - para a formatura de um grupo de estudantes, por exemplo.
Na mesma ocasião, o conselho definiu que o primeiro semestre de 2021 começará em 12 de abril e será totalmente remoto. Portanto, a execução das disciplinas presenciais nas dependências da instituição irá passar por uma série de avaliações rígidas.
- Em nenhum caso os estudantes serão obrigados a retornar. Assim como a Comissão de Biossegurança, os responsáveis pelos cursos e pelos departamentos terão todo o direito de não permitir aulas presenciais, se assim entenderem. E caso seja permitido, deverão ser cumpridas todas as regras de distanciamento e redução da capacidade das salas e laboratórios pela metade ou até menos que isso - explica Burmann.
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Se algum acadêmico precisar de hospedagem na Casa do Estudante Universitário (CEU) para cumprir com alguma disciplina presencial, a situação passará, também, por análise criteriosa. Porém, em princípio, o reitor garante que será mantido e número de alunos que estão no local e "não se recebe nenhum estudante a mais".
DATAS IMPORTANTES
Primeiro semestre de 2021 seguirá com as normativas do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE). Veja as datas definidas pelo Cepe:
- Solicitação de matrícula: 16/03 a 31/03
- Início do primeiro semestre de 2021: 12/04
- Término do primeiro semestre de 2021: 24/07
REIVINDICAÇÕES
Burmann diz que a universidade não tem recebido, pelo menos formalmente, documentos que reivindiquem o retorno das aulas presenciais e que tem conhecimento de alguns movimentos apenas "pelas redes sociais". Na semana passada, o Diário noticiou que acadêmicos começaram uma petição on-line para pedir a volta das aulas práticas. O texto da petição fala em revezamento de turmas e possibilidade de trancamento de disciplinas, sem que haja perda ou suspensão de benefícios socieconômicos de alunos.
- Certamente, todos nós estamos com algum tipo de preocupação ou angústia. Só é preciso lembrar que estamos sob regras de combate ao coronavírus. A UFSM não pode colocar toda a comunidade em risco por conta de um grupo específico - comenta o professor.
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POSSIBILIDADE DE GREVE
No fim de janeiro, docentes ligados à Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) aprovaram a construção de um movimento grevista por motivos sanitários. Segundo o sindicato, há preocupação com a falta de previsão de vacinas contra a Covid-19 para professores, técnico-administrativos e estudantes. Conforme informações divulgada na época, a grave começaria se as aulas presenciais retornassem.
Para Burmann, cogitar greve neste momento é uma ação "precipitada". O reitor afirma que a UFSM não irá expor nenhum servidor ou aluno a "riscos desnecessários".
O QUE DIZ O DCE
Integrante da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Daniel Balin, acredita que, com o poder de permitir a volta ou não passando diretamente pelas mãos da Comissão da Biossegurança, as atividades práticas serão seguras. Contudo, ele lembra que a UFSM precisa oferecer toda a estrutura de assistência estudantil se os alunos necessitarem.
- A possível volta presencial implica em questões de moradia estudantil, alimentação, visto que o Restaurante Universitário está fechado, dentro outras necessidades. A universidade tem de estar bem planejada para atender essas demandas - conclui Balin.
*Colaborou Rafael Favero